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Mark of the Deep, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Mad Mimic, combina elementos de metroidvania e soulslike em uma jornada que coloca você no papel de Marcus "Rookie" Ramsey, um pirata habilidoso que precisa enfrentar os perigos de uma ilha amaldiçoada para resgatar sua tripulação desaparecida e desvendar os mistérios que cercam o local.
O jogo é mais uma aposta ousada do estúdio, conhecido por projetos anteriores como No Heroes Here e Dandy Ace, reforçando o potencial do mercado indie nacional.
O coração de Mark of the Deep está na sua gameplay. O jogador explora um grande labirinto interconectado, onde cada canto esconde segredos e muitos perigos. A progressão no jogo é intuitiva: os cenários são desenhados de forma a guiar o jogador naturalmente, com a dose certa de desafio para instigar a curiosidade. Existem diversos elementos reconhecíveis para quem aprecia jogos do gênero, como os santuários, onde é possível salvar o jogo e equipar itens úteis para a jornada. No entanto, ao utilizá-los, os inimigos reaparecem no mapa, forçando o jogador a ponderar suas decisões de risco e recompensa.
O jogo também traz uma boa dose de backtracking, um elemento clássico dos metroidvanias. Com o tempo, habilidades e ferramentas são desbloqueadas, permitindo o acesso a novas áreas e a resolução de puzzles de cenário. Um exemplo interessante é uma habilidade que reflete projéteis inimigos, usada tanto em combate quanto para quebrar paredes e abrir novos caminhos.
O combate em Mark of the Deep é fiel à essência dos jogos soulslike, exigindo paciência e estratégia. Cada inimigo tem padrões de ataque únicos que precisam ser estudados. Este não é um jogo para "apertar botões": cada golpe deve ser calculado, e cada movimento do adversário observado.
Durante minha experiência, algumas batalhas contra chefes foram verdadeiros testes de habilidade e resiliência. Foi necessário tentar várias vezes até que eu compreendesse completamente os padrões de ataque e encontrasse a melhor estratégia para derrotá-los. Essa característica de trial and error é comum no gênero e pode ser atrativa para jogadores que buscam um desafio elevado, mas também pode ser intimidadora para quem prefere uma experiência mais casual.
Logo no primeiro chefão, o jogo deixa claro seu nível de desafio, forçando o jogador a dominar as mecânicas básicas e avançadas para progredir.
Mark of the Deep brilha em sua apresentação visual. O jogo combina animações 2D de alta qualidade com um design de personagens estilizado que se integra perfeitamente ao universo temático do jogo. Os visuais dos aliados e inimigos são únicos e evocam o ambiente sombrio e misterioso da ilha amaldiçoada.
A trilha sonora atmosférica complementa o tom do jogo, imergindo o jogador nos desafios e mistérios da aventura. Além disso, a dublagem em português é um dos maiores destaques, com vozes de alta qualidade que dão vida aos personagens.
Mark of the Deep apresenta um elenco de dublagem composto por diversos criadores de conteúdo e personalidades brasileiras, incluindo:
Durante minhas sessões de jogo, Mark of the Deep demonstrou-se tecnicamente sólido. Não encontrei bugs, falhas ou problemas de desempenho, o que é um feito notável para um jogo independente. A fluidez no combate e na exploração contribui para uma experiência coesa e imersiva, sem distrações técnicas que poderiam quebrar o ritmo do jogo.
Mark of the Deep não é um jogo que "segura a mão" do jogador. Ele exige paciência, atenção e vontade de explorar um mundo hostil. A ilha amaldiçoada esconde não só perigos, mas também histórias e segredos que recompensam aqueles que se dedicarem à exploração.
Se você gosta de combates desafiadores, exploração e da sensação de recompensa ao superar obstáculos, este jogo é uma excelente escolha. No entanto, se prefere uma experiência mais relaxada ou acessível, é importante saber que Mark of the Deep não foi projetado para facilitar sua jornada.
Mark of the Deep é uma prova do talento e da criatividade do mercado de jogos brasileiro. Combinando elementos de metroidvania e soulslike, o título entrega uma experiência desafiante e recompensadora, apoiada por uma apresentação visual de qualidade e dublagem imersiva. Um verdadeiro marco para a Mad Mimic e para o cenário indie nacional.
Este review foi possível graças a uma chave de acesso antecipado cedida gentilmente pelo time da Masamune. Atualmente disponível para PC, o jogo já é considerado um marco para o cenário indie brasileiro. Versões para consoles também estão previstas, ampliando ainda mais o alcance deste título promissor.